domingo, 27 de dezembro de 2015

O SACO DE CARVÃO



“O pequeno Zeca entra em casa, batendo os pés no assoalho com força. 

Seu pai, que estava indo para o quintal fazer alguns serviços na horta, chama o menino para uma conversa. 

Zeca, de oito anos de idade, o acompanha desconfiado. Antes que seu pai dissesse alguma coisa, fala irritado: - Pai, estou com muita raiva. 

O Juca não deveria ter feito isso comigo. Desejo tudo de ruim pra ele, quero matar esse cara! 

Seu pai, um homem simples, mas cheio de sabedoria, escuta calmamente o filho que continua a reclamar: - O Juca me humilhou na frente dos meus amigos. 

Não aceito isso! Gostaria que ele ficasse doente sem poder ir para a escola. 

O pai escuta tudo calado enquanto caminha até um abrigo onde guardava um saco cheio de carvão. Levou o saco até o fundo do quintal e o menino o acompanhou calado. 

Zeca vê o saco ser aberto e, antes mesmo que pudesse fazer uma pergunta, o pai lhe propõe algo: - Filho, faz de conta que aquela camisa limpinha que está secando no varal é o seu amigo Juca, e que cada pedaço de carvão seja um mau pensamento seu endereçado a ele. 

Quero que você jogue todo o carvão do saco na camisa, até o último pedaço. 

Depois eu volto para ver como ficou. 

O menino encarou como uma brincadeira e pôs mãos à obra. O varal com a camisa estava longe, e poucos pedaços acertavam o alvo. 

Uma hora depois terminou a tarefa. O pai, retorna e lhe pergunta: - Filho, como está se sentindo agora? - Cansado mas alegre. Acertei muitos pedaços de carvão na camisa. 

O pai olha para o menino, que não entendeu a razão daquela brincadeira, e com carinho lhe diz: - Venha comigo até meu quarto, pois quero mostrar-lhe uma coisa. 

Lá é colocado diante de um espelho, onde vê todo o seu corpo. Que susto! Enxergou apenas seus dentes e olhos . 

O pai, então, lhe diz ternamente: - Filho, você viu que a camisa quase não ficou suja, mas olhe só para você. 

O mal que desejamos aos outros é como o que lhe aconteceu. 

Por mais que possamos atrapalhar a vida de alguém com nossos pensamentos, os resíduos e a fuligem ficam sempre em nós mesmos. 

Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. 

Cuidado com as palavras: elas se transformam em ações. 

Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. 

Cuidado com seus hábitos: eles moldam o seu caráter. 

Cuidado com seu caráter: ele decidirá o seu destino."  

(Autor desconhecido)

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