segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O argueiro e a trave no olho

"Por que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, vós que não vedes uma trave em vosso olho? Ou como dizeis ao vosso irmão: Deixai-me tirar um argueiro do vosso olho, vós que tendes uma trave no vosso? Hipócritas, tirai primeiramente a trave do vosso olho, e então vereis como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão" (Mateus, cap. VII, v. 3,4,5)


Um dos defeitos da Humanidade é ver o mal de outrem antes  de ver o que está em nós. Para julgar-se a si mesmo, seria preciso poder se olhar num espelho, transportar-se de alguma sorte, para fora de si, e se considerar como uma outra pessoa, perguntando-se: Que pensaria eu se visse alguém fazendo o que faço? Incontestavelmente, é o orgulho que leva o homem a dissimular os próprios defeitos, tanto ao moral quanto ao físico. Esse defeito é esssencialmente contrário à caridade, porque a verdadeira caridade é modesta, simples e indulgente; a caridade orgulhosa é contra-senso, uma vez que esses dois sentimentos se neutralizam um ao outro. Como,  com efeito, um homem bastante vão para crer na importância de sua personalidade e na supremacia de suas qualidades, pode ter, ao mesmo tempo, bastante abnegação para fazer ressaltar, e outro, o bem que poderia eclipsá-lo, em lugar do mal que poderia realçá-lo? Se o orgulho é o pai de muitos vícios, é também a negação de muitas virtudes; encontramo-lo no fundo e como móvel de quase todas as ações. Por isso, Jesus se dedicou a combatê-lo como principal obstáculo ao progresso.

Evangelho Segundo Espiritismo.

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