Os presidentes de Tribunais de Justiça de todo o País decidiram, em
reunião realizada em Roraima, dar prioridade ao combate à violência
doméstica e familiar contra a mulher. A decisão faz parte da Carta de
Boa Vista, documento elaborado durante o 95º Encontro do Colégio
Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil, realizado
no início deste mês de julho em Roraima. O item 2 da Carta estabelece a
necessidade da especialização de Varas e Juizados e a capacitação de
servidores e de equipes multidisciplinares. “Essa decisão há de ser
enaltecida, pois está de acordo com os preceitos da Lei Maria da Penha e
também segue a política defendida pelo Conselho Nacional de Justiça”,
afirma o juiz auxiliar da Presidência do CNJ Álvaro Kalix.
Segundo ele, a Carta revela a intenção dos presidentes de tribunais
de Justiça de dar a necessária atenção ao tema e está de acordo com
recomendações e resoluções do CNJ. A Resolução CNJ n. 128, de março de
2011, determinou a criação de Coordenadorias Estaduais da Mulher no
âmbito dos Tribunais de Justiça estaduais e do Distrito Federal com o
objetivo de estimular a efetiva criação e estruturação dos Juizados de
Violência contra a Mulher. A ideia é garantir formação inicial
especializada e permanente de magistrados e servidores que atuam na
área.
“A disponibilidade de serviços especializados, aliada à agilidade no
processamento das ações e medidas protetivas, contribui para o combate à
violência contra as mulheres. A capacitação de magistrados e servidores
e a estrutura diferenciada dessas unidades deverão facilitar a denúncia
dos casos e o acesso das vítimas à Justiça”, acrescenta o juiz do CNJ.
“É preciso ressaltar que vários desses juizados instalados já estão com
sobrecarga de trabalho e tantos outros precisam ser criados, o que
merece atenção especial, conforme recente pesquisa realizada pelo
Conselho Nacional de Justiça”, completa Kalix. Clique aqui para acessar a cartilha O Poder Judiciário na Aplicação da Lei Maria da Penha.
Segundo o magistrado, é necessário, ainda, o trabalho integrado entre
Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública e as áreas de
Segurança Pública, Saúde, Assistência Social e Educação para se obterem
resultados mais efetivos no combate a essa violência.
Orientações – O CNJ editou em 2010 um manual e, mais
recentemente, uma cartilha que servem de orientação e parâmetro para a
criação e estruturação dos juizados e varas específicas. O manual –
clique aqui para
ler – define a estrutura mínima de pessoal e de equipamentos
necessários ao funcionamento das varas, assim como rotinas de trabalho.
Já a cartilha traz um diagnóstico do Poder Judiciário nos Estados e
Distrito Federal, em relação à aplicação da Lei Maria da Penha, número
de casos e procedimentos, processos julgados e concluídos e uma análise
da estrutura atual disponível e sugestões para o atendimento às vítimas.
Maísa Moura
Agência CNJ de Notícias
Agência CNJ de Notícias
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