sábado, 25 de outubro de 2014

A PEDRA DE TROPEÇO



A PEDRA DE TROPEÇO 

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR (*)

 [...] Nunca me esquecerei que no meio do caminho 
Tinha uma pedra [...] 
                                 Carlos Drummond de Andrade 

O homem por mais sábio que pareça ser no tempo de sua existência, jamais estará imune de tentações as mais diversas possíveis em todos os sentidos de sua vida, pois, a sua personalidade é constituída de id, ego e superego, no dizer científico de Freud. Através desses elementos personificados e individualizados, tais elementos constitutivos de nossa personalidade, vivem se confrontando diuturnamente enquanto vida tiver. Isso é fato cientificamente comprovado. O id quer o prazer, tirar vantagem em tudo, é aí onde o indivíduo tem a língua maior do que o trem, macho de mais e nunca perde nada, parece muito com a função do poder legislativo, projeta tudo e nada realiza, sempre joga para os outros suas dificuldades e ilações passadas, presentes e futuras. Por outro lado, o ego é ao controlador e executor dos atos planejados antecipadamente, é bem parecido com a função do poder executivo em qualquer esfera de poder, como também parece com o quero posso e mando da política partidária brasileira por determinadas oligarquias em qualquer fase da política nacional e até mais internacional que a humanidade tenha dela conhecimento do passado, do presente visando permanecer no poder. E por fim o componente, superego, aqui entendido como sendo a censura ao passado, ao presente e ao futuro, bem parecida com as funções exercidas pelo poder judiciário no tocante a aplicação da lei parida pelos poderes legislativo e executivo, como forma de distribuir a justiça entre os governos e seus súditos na versão moderna que se tem de poder de Estado. A democracia a brasileira é um tropeço na vida nacional, tendo em vista que o cidadão é obrigado a votar, porém, é obrigado a ficar calado durante o período eleitoral, tendo em vista a lei da reedição da lei da mordaça, onde a população é obrigada a ficar calada para não fazer qualquer tipo de avaliação sobre a vida dos candidatos envolvidos no pleito. Os meios de comunicação nos parece manipulados por quem tem mais ou dispõe do poder local, estadual, regional e nacional. As pesquisas encomendas pelos grupos oligárquicos envolvidos, são registradas perante a autoridade judiciária patrocinadora das eleições, porém, seus resultados são usados para manipular e alienar pessoas analfabetas funcionais e ou não, as chamadas indecisas e ideologicamente inseguras. Aí tem órgãos dos meios de comunicação que ficam durante suas programações, dando ênfase de que “A” já passou a frente de “B” com tanto por centro de diferença. Agora perguntamos: e isso também é um método ou paradigma de direcionar o resultado da eleição não? Tem eleitor que vota em quem vai ganhar, nada sabe sobre a vida do candidato “A” e ou “B”, vota porque acha o candidato feio e ou bonito, por esse ou aquele programa social desenvolvido pelo poder público, pago por toda a população antecipadamente via a cobrança direta e indireta de impostos federais, estaduais e municipais. Isso é uma conduta deplorável assim proceder. Isto é o que Carlos Drummond de Andrade, com maestria, usando outras palavras em sua composição: “No meio do caminho¹”, segundo sua visão de homem e de mundo em pleno século XX, uma vez que “No meio do caminho tinha uma pedra; Tinha uma pedra no meio do caminho; Tinha uma pedra No meio do caminho tinha uma pedra”, e continua sua visão retórica sobre o tropeço modernista, tendo em vista que “Nunca me esquecerei desse acontecimento; Na vida de minhas retinas tão fatigadas; Nunca me esquecerei que no meio do caminho; Tinha uma pedra” e conclui seu pensar e ou filosofar literário laico, “tinha uma pedra no meio do caminho; No meio do caminho tinha uma pedra”. O ser humano sempre vai depender de alguém de uma coisa e ou de um objeto. Não somos auto-suficientes em nada, um ser vai sempre depender de outro ser, assim como um objeto vai completar o criar, o fazer, o sonho de outro em qualquer dimensão da historicidade da vida até então conhecida. Os argumentos humanos vivem de convergência e de divergência entre si. Assim sendo, podemos resumir, por analogia, de que a pedra no caminho dos candidatos “A” e ou “B”, que trata o ilustre escritor e poeta é justamente deixar o eleitor, enquanto cidadão mudo, sem direito a vez e a voz e ainda é obrigado a comparecer para votar no dia das eleições. Durante o processo eleitoral o cidadão eleitor tem que ficar com a boca calada, se abrir a boca nos meios de comunicação: rádio, televisão, jornais, internet, etc, serão importunados via processos e multas milionárias. É a lei do silêncio pleno oficial. E ainda chamamos isso de democracia plena e de estado de direito. Assim povo bom é povo calado. 

 A expressão lingüística e/ou idiomática bíblica, constante no Antigo e no Novo Testamento, de origem hebraica e/ou aramaica² (língua falada por Jesus Cristo) denominada de “pedra de tropeço”, pode ser compreendida como sendo, o comportamento e ou atitude do indivíduo que conduz e/ou induz alguém a pecar. Etimologicamente falando, o termo hebraico “mikshow” é traduzido para “pedra de tropeço”, mencionado na Septuaginta como sendo “skandalon”. Assim sendo, o termo idiomático português escândalo vem daí sua originalidade. Ressaltamos de que o termo grego “skandalon” tem significado diferente ao que atualmente atribuímos na língua portuguesa quando falamos o termo escândalo. Porém, o “skandalon” de origem grega é um substantivo associado sempre a um verbo, tendo em vista que “skandalizo” é constituído do sufixo “iz”, como acontece em Português com o verbo escandalizar, que significa ao pé da letra levar ou fazer alguém a tropeçar e ou conduzir e ou induzir alguém a pecar³. É a causa que leva a pecar, literalmente falando. Por analogia ao texto bíblico o termo “pedra de tropeço”, significa que na estrada da Palestina antiga existia pedra, seixo, etc., por isso os usuários levavam “topadas” e chamavam palavrões, cometendo assim o pecado, o perjúrio. De modo que “skandalon” é a “pedra de tropeço”, e “proskomma”, palavra de origem grega significa “propeçando”. Assim sendo, tanto “skandalon”, de origem hebraica/aramaica, quanto “proskomma” de origem grega, ambas são usadas na Primeira Carta de São Pedro, capítulo 2, versículo 8, significando a “pedra de tropeço” e bem assim “a rocha que faz cair”. É uma prova de que o escritor da referida carta não era um leigo qualquer na literatura ou no conhecimento lingüístico. A Bíblia Sagrada nos ensina que não devemos botar uma pedra no caminho de um cego, por exemplo, o que significa a “pedra de tropeço”, tendo em vista que a palavra escândalo tem origem latina e daí vem tal proibição, de modo que tal significado casa diretamente com o significado primitivo do termo grego, sem qualquer tipo de delonga. De modo que o significa de “pedra de tropeço” tem tudo a haver com o espaço físico da Palestina4. 

 No Velho Testamento, por analogia ao uso da Septuaginta, como por exemplo, o Salmo 140, versículo 9, bem semelhante ao que São Mateus, capítulo 13, versículo 41, de modo que qualquer deslize da conduta material e ou espiritual do ser humano que o leve ao pecado e a ”pedra de tropeço”5. 

 A inveja, o escárnio, falar da vida alheia, a gula, desejar a mulher do próximo, a cobiça, querer ser sem ser, a vaidade, a luxúria, como é tratada no dizer do escritor João Ubaldo Ribeiro (1999), em sua obra “A casa dos Budas Ditosos”, não obstante o ilustre escritor ser conclusivo aos afirmar que “eu não pequei contra a luxúria. Quem peca é aquele que não faz o que foi criado para fazer. E eu fiz o que Ele me criou para fazer” e continua seu pensamento: “não quero entender nada. Quero acreditar, mas não posso ter certeza, não se pode ter certeza de nada, que Deus me terá em Sua Glória e sei que Ele agora está rindo”. É o diálogo prosaico travado entre aquele brilhante escritor botando o palavreado dele na boca de Deus. Durma com esse entendimento. Assim podemos entender que o falso testemunho, o perjúrio, a falta de educação individual, a falta de crença, a vagabundagem, fazer filho para os outros criar, esperar tudo na boca como pinico, sem redar uma palha, como enfatizam os nossos irmãos nordestinos, a corrupção, o ganhar dinheiro fácil via o crescimento de políticos de mãos sujas, o “ganhar” mais de uma vez o premio da loteria esportiva, querer ganhar ou ser vitorioso em tudo sem justificativa para isso, ser aprovado em estudar, comprar fiado e não pagar, prometer e não cumprir, se fizer uma promessa com Nossa Senhora da Penha, para pagar com um punhado de areia, vai deixar fiado mesmo, por falta de coragem, ação e atitude de ir a praia da referida Virgem e trazer o punhado de areia até o altar onde a mesma é venerada. Tudo isso é a “pedra de tropeço” cantada em versos e prosa na Bíblia Sagrada, e bem assim, é a pedra “no meio do caminho” de Carlos Drummond de Andrade. O diferencial é apenas uma questão linguística em função do tempo em que foram escritas e vivenciadas na civilização humana. Em ambos sentidos é uma questão cultural. 

 De modo que em tempo de campanha política, por exemplo, aparecem os pobres da vida pública e privada dos candidatos a qualquer cargo eletivo, aí o bicho pega, todos querem ser santos, porém, o fogo cruzado é de vaca desconhecer bezerros, conforme nos ensino o ditado popular. É pedra de mais no caminho, apesar de aparecer três vezes no Novo Testamento Bíblico Sagrado, o termo “aposkopos” que significa “sem causar tropeço a ninguém”, bem como no dizer retórico de São Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios, capítulo 8, versículo ao, afirma que “por isso, se a comida escandalizar a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que meu irmão não se escandalize”, e isso é um exemplo concreto para não causar o pecado. O ato de comer carne nessa visão é a “pedra no caminho”. Por fim, o reformador protestante Martinho Lutero, no século XVI, enfatiza de que "a crença comum de que a Missa é um sacrifício"6 , o que por analogia literalmente falando, isso é uma dentre milhares de "pedra de tropeço" e ou “de pedra “no meio do caminho”, que se apresenta direta e indiretamente na vida dos seres humanos por sua curta passagem sobre a terra. Assim a humanidade vive e convive sempre botando e tirando a pedra no caminho da política, da família, da segurança pública, da educação de qualidade, dos meios de comunicação, da habitação, da família, da igreja, da qualificação e habilitação profissional, das drogas, dos crimes premeditados, das injúrias, das calúnias e das difamações, dos projetos sociais, das reformas estruturantes, da casa para morar, da água para beber, da cultura, do turismo, do emprego, da liberdade, do respeito, do ser homem, do ser mulher, do estudar de verdade, do trabalho, do sonhar por dias melhores, do direito de escolher o que fazer de seu futuro, porque a vida é uma questão de escolha, etc., onde toda água que cai na planície e no monte tem o destino certo que é o mar...

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 ¹ Cf.: http://letras.mus.br/carlos-drummond-de-andrade/807509/ 
 ² Cf.: http://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%ADblia_Hebraica 
 ³ Cf.: O Evangelho de São Mateus: introdução e comentário – Page 271 R. T. France – 1985 "(ii) Em pedras de tropeço (18:6–9) Estas palavras estão relacionadas pela palavra skandalizo (“causa para pecar”, v. 6,8,9) e skandalon (“tentação (para pecar”) 3 (três) vezes em v. 7), a “pedra de tropeço”, algo que faz alguém tropeçar. 
4 Cf.: Geoffrev W. Bromilev. The international standard Bible encyclopedia - página 6411995 "O conceito de uma pedra de tropeço foi especialmente apropriado para uma terra rochosa como a Palestina, onde pedras e seixos são abundantes em todas as estradas não pavimentadas (em contraste com os países com solo aluvial, como o Egito ou a Mesopotâmia)." 
5 Cf.: Ramesh Khatry The Authenticity of the Parable of the Wheat and the Tares and Its ... 2000 página 137 - "Tematicamente, o uso em São Mateus 13:41 se assemelha ao de tradição judaica onde skandalon meramente significa qualquer coisa que leva ao pecado. Por exemplo, em Mateus 13:41 é muito semelhante a LXX Ps 140:9. LXX Ps 140:9 – apo skandalōn tōn ergazomenōn tēn" 
 6 Cf.: Robert C. Croken Luther's first front: the Eucharist as sacrifice page 26 – 1990 "Um segundo obstáculo (e é significativo que Lutero considere uma "segunda" pedra de tropeço) para a verdadeira doutrina da Missa é a crença comum de que a Missa é um sacrifício. De acordo com essa crença, Cristo é oferecido a Deus ..."

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(*)
Da Academia Paraibana de Poesia 
Da Academia de Letras do Brasil 
A PEDRA DE TROPEÇO 
www.recantodasletras.com.br

Texto cedido pelo autor Francisco De Paula Melo Aguiar

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

23/10 - Dia do Aviador




É um pássaro? 

É o Super Homem? Não!
É o avião de Santos Dumont! 
Será possível voar algo mais pesado que o ar? 

Há cento e oito anos atrás, no dia 23 de outubro de 1906, Santos Dumont
fez seu primeiro voo com o 14 Bis dando início a aviação. 

A partir daquela data era possível voar pelos céus do mundo todo. 

E é por isso que hoje comemoramos o Dia do Aviador, o dia do voo de Santos Dumont. 

Daí para frente a aviação só progrediu com a evolução de motores, modelos mais aerodinâmicos e formas de uso. 

Além do uso comercial, surgem os aviões de passageiros, que facilitaram muito o deslocamento das pessoas. 

Mas o homem não parou por aí! 

A meta seguinte era a conquista do espaço! Entre as décadas de 50 e 70, houve avanços significativos na conquista do espaço até que em 20 de Julho de 1969, pela missão Apollo 11, os primeiros homens da Terra Neil Armstrong e Edwin Aldrin, pousam na superfície lunar.

sábado, 11 de outubro de 2014

PROCURA-SE UMA ALMA DE CRIANÇA



Procura-se uma alma de criança que foi vista, pela última vez, dentro de nós mesmos, há muitos anos... 

Ela pulava, ria e ficava feliz com seus brinquedos velhos... 

Exultava quando ganhava brinquedos novos, dando vida a latinhas, barbantes, tampinhas de refrigerantes, bonecas, soldadinhos de chumbo e figurinhas... 

Batia palmas quando ia ao circo, quando ouvia músicas de roda, quando seus pais compravam sorvete: "chikabon, tombon, eskibon"... tudo danado de bom! 

Ela se emocionava ao ouvir histórias contadas pela mãe ou quando lia aqueles livrinhos de pano que a madrinha lhe dava quando ia visitá-la... 

Onde ela está? Para que lado ela foi? 

Para não deixar morrer a criança que todos temos dentro de nós... deixe-a sair, brincar e sonhar... 

Uma das poucas coisas que ainda podemos fazer sem ter de pagar impostos! 

O tempo é muito lento para quem espera. 

Muito longo para quem sofre. 

Muito rápido para quem aproveita. 

Mas para quem ama, o tempo não existe. 

 Autor Desconhecido

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

O Dia Mundial da Saúde Mental



O dia 10 de outubro instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é para ser encarado como "prioridade global", apesar da complexidade existente na definição do conceito saúde mental.

Visa chamar a atenção pública para a questão da saúde mental global, e identificá-la como uma causa comum a todos os povos, ultrapassando barreiras nacionais, culturais, políticos ou socioeconômicas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a saúde mental uma prioridade e defende que a questão da saúde mental não é estritamente um problema de saúde.
Os problemas de saúde mental, segundo a OMS, constituem atualmente a principal causa de incapacidade e uma das mais importantes causas de mobilidade nas sociedades.
Para a organização internacional, este e outros fatores fazem com que a saúde mental seja uma prioridade da política de saúde dos governos.
De acordo com a OMS, a crise financeira que atinge os mercados e o cidadão comum, devido o seu impacto em emprego e consumo de álcool, entre outros fatores, terá repercussões na saúde mental das pessoas, aumentando os casos de stress, depressão e desordens mentais.
O consumo excessivo de álcool causa a morte de dois milhões de pessoas por ano e a cada 40 segundos uma pessoa se mata no mundo, o que representa um milhão de suicídios anuais.
A OMS sustenta que a solução para estas situações não é "como era feito antes": trancar o doente em uma instituição psiquiátrica, o que, além de não resolver a origem do mal, é caro e pode expor o paciente a abusos.
A conclusão apresentada é a de que o atendimento médico primário para tratar os transtornos mentais é, de longe, muito mais humano e barato.
Para este ano, a ONU marca o Dia Mundial da Saúde Mental, este 10 de Outubro, destacando a esquizofrenia.
A OMS quer aproveitar o tema "Vivendo uma Vida Saudável com Esquizofrenia" para ampliar sua defesa sobre todos os transtornos mentais graves.
Suicídio:
As pessoas com esquizofrenia sofrem com uma variedade de infecções e acabam morrendo desses problemas. O suicídio, afeta 5% desse grupo.
Em vez de internações em clínicas para pessoas com transtornos mentais, a organização sugere tratamentos nas próprias comunidades em que vivem.
A OMS afirma que com um monitoramento regular da saúde e com um acompanhamento dos efeitos colaterais dos medicamentos, essas pessoas podem ter uma vida normal.
Aumento dos casos de depressão
As perturbações de natureza mental estão a crescer e os distúrbios mentais, independentemente da sua gravidade, são uma das principais doenças incapacitantes do século XXI.

A depressão é a segunda causa de incapacidade na União Europeia. As doenças mentais e, particularmente a depressão, são o fator de maior risco de suicídio.





Fonte: Google.com

sábado, 4 de outubro de 2014

A importância do voto




votar conscientemente.

É muito comum ouvirmos que todos os políticos são iguais e que o voto é apenas uma obrigação. Muitas pessoas não conhecem o poder do voto e o significado que a política tem em suas vidas.

Numa democracia, como ocorre no Brasil, as eleições são de fundamental importância, além de representar um ato de cidadania. Possibilitam a escolha de representantes e governantes que fazem e executam leis que interferem diretamente em nossas vidas.

Escolher um péssimo governante pode representar uma queda na qualidade de vida. Sem contar que são os políticos os gerenciadores dos impostos que nós pagamos. Desta forma, precisamos dar mais valor a política e acompanharmos com atenção e critério tudo que ocorre em nossa cidade, estado e país.

O voto deve ser valorizado e ocorrer de forma consciente. Devemos votar em políticos com um passado limpo e com propostas voltadas para a melhoria de vida da coletividade.

Em primeiro lugar temos que aceitar a ideia de que os políticos não são todos iguais. Existem políticos corruptos e incompetentes, porém muitos são dedicados e procuram fazer um bom trabalho no cargo que exercem. Mas como identificar um bom político?


É importante acompanhar os noticiários, com atenção e critério, para saber o que nosso representante anda fazendo. Pode-se ligar ou enviar e-mails perguntando ou sugerindo ideias para o seu representante. Caso verifiquemos que aquele político ou governante fez um bom trabalho e não se envolveu em coisas erradas, vale a pena repetir o voto. A cobrança também é um direito que o eleitor tem dentro de um sistema democrático.

Nesta época é difícil tomar uma decisão, pois os programas eleitorais nas emissoras de rádio e tv parecem ser todos iguais. Procure entender os projetos e ideias do candidato que você pretende votar. 

Será que há recursos disponíveis para que ele execute aquele projeto, caso chegue ao poder? Nos mandatos anteriores ele cumpriu o que prometeu? O partido político que ele pertence merece seu voto? Estes questionamentos ajudam muito na hora de escolher seu candidato. 


Como vimos, votar conscientemente dá um pouco de trabalho, porém os resultados são positivos. O voto, numa democracia, é uma conquista do povo e deve ser usado com critério e responsabilidade. Votar em qualquer um pode ter conseqüências negativas sérias no futuro, sendo que depois é tarde para o arrependimento. 

Fonte: Google.com

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Deus segundo Baruch Espinoza




Baruch Spinoza (1632 - 1677)

Deus para Spinoza é o único motivo da existência de todas as coisas. Deus é a substância única e nenhuma outra realidade existe fora de Deus. Ele é a fonte única e Dele surgem todos os outros elementos. Deus existe em si e foi gerado por si, para existir ele não necessita de nenhuma outra realidade. A essência de Deus pressupõe a sua existência. A substância divina é infinita e não é limitada por nenhuma outra, ela é a causa de todas as coisas existentes, que por consequência são manifestações de Deus







"Pára de ficar rezando e batendo no peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti. 

Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. 

Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti. 

Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau. 

O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer. 

Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro! 

Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho? 

Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor. Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?

Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.

Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção à tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia. 

Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas. 

Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro. 

Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno. 

Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei.

E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste? 

Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar. 

Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? 

Aborrece-me que me louvem. Cansa-me que agradeçam. Tu te sentes grato? 

Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te sentes olhado, surpreendido? Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar. 

Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações? 

Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... aí é que estou, batendo em ti". 

 Baruch Spinoza (1632, 1677 Haia - Holanda)

Fonte: Google.com

sábado, 23 de agosto de 2014

Getúlio Vargas...


24 de Agosto de 1954

E assim, se despediu do Povo Brasileiro... Deixando muitas dúvidas e um legado de benefícios aos trabalhadores brasileiros.


Getúlio Vargas deixou dois documentos de despedida. O primeiro, conhecido como Carta-testamento, foi divulgado pelo rádio para todo o país logo após o suicídio. Foi encomendado ao amigo de confiança José Soares Maciel Filho, por este redigido e assinado pelo presidente. O outro, escrito a lápis em papel oficial, que chamaremos de carta-despedida, foi encontrado depois. São dois textos muito diferentes. 

Carta Testamento  

“Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam; e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes. Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fi z-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a Justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobras, mal começa esta a funcionar a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o povo seja independente. Assumi o governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia a ponto de sermos obrigados a ceder. Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo e renunciando a mim mesmo, para defender o povo que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser o meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida. Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com perdão. E aos que pensam que me derrotam respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo, de quem fui escravo, não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história.”

Carta Despedida 

"Deixo à sanha dos meus inimigos o legado da minha morte. Levo o pesar de não haver podido fazer, por este bom e generoso povo brasileiro e principalmente pelos mais necessitados, todo o bem que pretendia. A mentira, a calúnia, as mais torpes invencionices foram geradas pela malignidade de rancorosos e gratuitos inimigos numa publicidade dirigida, sistemática e escandalosa. Acrescente-se a fraqueza de amigos que não me defenderam nas posições que ocupavam, a felonia de hipócritas e traidores a quem beneficiei com honras e mercês e a insensibilidade moral de sicários que entreguei à Justiça, contribuindo todos para criar um falso ambiente na opinião pública do país contra a minha pessoa. Se a simples renúncia ao posto a que fui elevado pelo sufrágio do povo me permitisse viver esquecido e tranqüilo no chão da Pátria, de bom grado renunciaria. Mas tal renúncia daria apenas ensejo para, com mais fúria, perseguirem-me e humilharem. Querem destruir-me a qualquer preço. Tornei-me perigoso aos poderosos do dia e às castas privilegiadas. Velho e cansado, preferi ir prestar contas ao Senhor, não de crimes que não cometi, mas de poderosos interesses que contrariei, ora porque se opunham aos próprios interesses nacionais, ora porque exploravam, impiedosamente, aos pobres e aos humildes. Só Deus sabe das minhas amarguras e sofrimentos. Que o sangue de um inocente sirva para aplacar a ira dos fariseus. Agradeço aos que de perto ou de longe trouxeram-me o conforto de sua amizade. A resposta do povo virá mais tarde..."


sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Juscelino Kubitschek


Juscelino Kubitschek (1902-1976) ex-presidente do Brasil, governou entre 1956 e 1960. Durante seu mandato construiu Brasília, a nova capital do País, inaugurada no dia 21 de abril de 1960. Juscelino Kubitschek (1902-1976) nasceu em Diamantina, Minas Gerais, no dia 12 de setembro de 1902. 

Filho do caixeiro-viajante João César de Oliveira e da professora Júlia Kubitschek. Ficou órfão de pai aos três anos de idade. Estudou no Seminário de Diamantina, onde concluiu o curso de humanidades. Em 1919, presta concurso público para telegrafista e no ano seguinte vai morar em Belo horizonte. 

Em 1922, ingressa no curso de Medicina da Universidade Federal de Belo Horizonte. Em 1927, conclui o curso. Estudou cirurgia em Paris com o professor Maurice Chevassu e estagiou no hospital Charité de Berlim em 1930. De volta à Minas Gerais, casou-se com Sara Lemos em 1931. 

Foi nomeado capitão-médico da polícia mineira, chefiando o hospital de sangue de Passa Quatro, onde distinguiu-se como cirurgião durante a revolução 1932. Ingressou na política como chefe de gabinete de Benedito Valadares, na ocasião interventor federal em Minas Gerais, em 1934. No mesmo ano, elegeu-se deputado federal, mas perdeu o mandato em 1937, com o advento do Estado Novo. Foi prefeito de Belo Horizonte entre 1940 e 1945, numa administração, que projetou o nome do ainda desconhecido arquiteto Oscar Niemeyer, com as obras do bairro da Pampulha. 

Foi eleito deputado federal pelo PSD em 1946, e governador de Minas Gerais em 1950, criou as Centrais Elétricas de Minas Gerais, a Cemig, e construiu cinco usinas para a produção de energia elétrica, elevando em trinta vezes o potencial instalado do estado. Com o apoio do PSD e do PTB, e com a oposição na União Democrática Nacional (UDN) e de alguns setores militares, foi eleito presidente da república em 1955, mas sua posse só foi garantida após a intervenção do então Ministro da Guerra, General Teixeira Lott, em novembro daquele ano. 

 Juscelino Kubitschek estabeleceu um Plano de Metas, com 31 objetivos, dos quais eram prioritários: energia, transporte, alimentação, indústria de base e educação. Construiu duas usinas hidrelétricas, Três Marias e Furnas. Abriu grandes rodovias e pavimentou as já existentes, como a ligação entre o Rio de Janeiro e Belo Horizonte e a construção das estradas Belo Horizonte-Brasília, Belém-Brasília e Brasília-Acre. 

 A construção de Brasília era o objetivo central do Plano de Metas do governo. Já na constituição de 1891, estava estabelecido o local, no planalto central do país, onde deveria ser construída a nova capital do Brasil. O nome Brasília havia sido sugerido por José Bonifácio. Os planos urbanísticos e arquitetônicos foram concebidos pelos arquitetos Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. Foram mil dias de obras e no dia 21 de abril de 1960, Juscelino inaugura Brasília. 

Após passar o governo para Jânio Quadros e eleger-se senador por Goiás, indicado pela convenção nacional do PSD em 1964, é cassado pelo governo militar e tem seus direitos políticos suspensos por dez anos. Exilado, viveu em Nova York e depois em Paris. De volta ao Brasil, ingressou na empresa privada e começou a escrever suas memórias, intitulada "Meu Caminho para Brasília", em cinco volumes. Em 1975, torna-se membro da Academia Mineira de Letras. 

 Juscelino Kubitschek morreu em acidente automobilístico, perto de Resende, Rio de Janeiro, quando viajava de São Paulo para o Rio de Janeiro, no dia 22 de agosto de 1976.


   Essa foi a principal manchete do dia 22 de agosto de 1976.

Há 38 anos(hoje) morria em "acidente" às 17hs55 no quilometro 165 da Via Dutra, quando viajava de São Paulo para o Rio, o ex-presidente Juscelino Kubitschek. Que na opinião de José Sarney, seu adversário, foi o melhor presidente do Brasil. Com a frase 'O BRASIL VAI VIVER 50 ANOS EM 5",entre tantas e outras obras entregou Brasília, em 21 de abril de 1960.Fotos presença de Juscelino em nossa Santa Rita, década de 60 e manchetes de jornais sobre sua morte. (Fonte: facebook williams Trindade)


Na ocasião da visita a cidade de Santa Rita na presença de Heraldo Gadelha e Ceslau Gadelha

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Lei Maria da Penha - 8 anos com conquistas importantes no país


Delegacias da mulher, núcleos e abrigos aumentaram em todo país. 
A cada quatro minutos uma mulher é vitima de violência no Brasil


A Lei Maria da Penha acaba de completar oito anos. A lei não acabou com a violência doméstica, mas garantiu várias conquistas importantes. 

Uma mulher, vítima de violência doméstica, conta que passou seis anos sendo agredida pelo ex-marido sempre sob ameaça. “Ele me trancou no quarto com o meu filho com uma faca na cintura e falava várias vezes que ia me enterrar viva”. 

O pedido de socorro deu certo. A polícia prendeu o antigo companheiro, que foi enquadrado na Lei Maria da Penha. “Tem que ter atitude, confiar na gente mesmo porque se a gente não confiar quem vai confiar?”, diz a vítima. 

Em oito anos de existência, a Lei Maria da Penha deu mais garantias às mulheres contra a violência doméstica. 

Os serviços de proteção foram ampliados em todo o país. O número de centros especializados subiu de 92 para 231; o de casas de abrigo cresceu de 62 para 78; as delegacias da mulher e os núcleos de atendimento aumentaram de 328 para 500 e o de juizados e varas subiu de 19 para 100. 

A ampliação dos serviços de proteção tem efeitos práticos e psicológicos. Com uma rede de apoio mais presente, segundo especialistas, a mulher está se sentindo mais encorajada, mais segura para tentar quebrar o ciclo da violência. O reflexo disso: cresceu em 20% o número de mulheres que já fazem a denúncia na primeira vez em que são agredidas. 

 “Depois da Lei Maria da Penha, criada em 2006, tivemos emissão de 370 mil mandados de medidas protetivas. Significa que houve uma grande quantidade de mulheres que deixaram de correr risco por estarem em situação de violência”, explica a secretária executiva da Secretaria Nacional de Política para mulheres, Lourdes Maria Bandeira. 

O meio mais utilizado é o ligue 180. Em 42% dos casos registrados foi identificado o risco de morte. A central de atendimento, desde o mês passado, virou um disque-denúncia. Os casos mais graves de violação agora podem ser encaminhados direto para o Ministério Público ou para a polícia, mas as estatísticas mostram que existe um longo caminho a percorrer. 

A cada quatro minutos uma mulher é vitima de violência no Brasil, mas quando a mulher denuncia o agressor, a vida dela costuma mudar para melhor. “É maravilhoso... É como se eu 'tivesse' presa e 'tivesse' me soltado. Eu me libertei e sou muito feliz”, diz uma vítima. 

Apesar de todas as conquistas das mulheres, os dados sobre violência ainda assustam. Mais da metade da população conhece pelo menos uma mulher vítima de violência doméstica e 56% dos homens reconhecem ter cometido algum ato de violência contra suas parceiras.

Fonte: Globo.com
Jornal Hoje

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Ariano Suassuna - Não sei, só sei que foi assim!



Fico agora na companhia da Compadecida...



 Morreu no Recife, nesta quarta-feira (23), o escritor, dramaturgo e poeta paraibano Ariano Suassuna, aos 87 anos. Ele estava internado desde a noite de segunda (21) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Português, onde foi submetido a uma cirurgia na mesma noite após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) do tipo hemorrágico. Segundo boletim médico, o escritor faleceu às 17h15. "O paciente teve uma parada cardíaca provocada pela hipertensão intracraniana". 




Ativo até o fim 



Ariano Suassuna nasceu em 16 de junho de 1927, em João Pessoa, e cresceu no Sertão paraibano. Mudou-se com a família para o Recife em 1942. Mesmo com os problemas na saúde, ele permanecia em plena atividade profissional. 

"No Sertão do Nordeste a morte tem nome, chama-se Caetana. Se ela está pensando em me levar, não pense que vai ser fácil, não. Ela vai suar! Se vier com essas besteirinhas de infarto e aneurisma no cérebro, isso eu tiro de letra", disse ele, em dezembro de 2013, durante a retomada de suas aulas-espetáculo.

Em março deste ano, Ariano foi homenageado pelo maior bloco do mundo, o Galo da Madrugada. Ele pediu que a decoração fosse feita nas cores do Sport, vermelho e preto, e ficou muito contente com a homenagem. “Eu acho o futebol uma manifestação cultural que tem muitas ligações com o carnaval”, disse, na ocasião. No mesmo mês, o escritor concedeu uma entrevista à TV Globo Nordeste sobre a finalização de seu novo livro, “O jumento sedutor”. Os manuscritos começaram a ser trabalhados há mais de trinta anos. Na última sexta-feira, Suassuna apresentou uma aula espetáculo no teatro Luiz Souto Dourado, em Garanhuns, durante o Festival de Inverno. No carnaval do próximo ano, o autor paraibano deve ser homenageado pela escola de samba Unidos de Padre Miguel, do Rio de Janeiro.



Paraibano arretado!


"Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo, morre". (Em: O Auto da Compadecida) 

 Fonte: google.com

quinta-feira, 19 de junho de 2014

7.0 - Chico Buarque


Imagine um Brasil sem Chico Buarque. E também sem Geni, Beatriz, Pedro Pedreiro e Rita. O talento de Chico nos presenteando com esses personagens que até hoje nos explicam de quem é feito o Brasil. 

Os sambas do autor se tornaram essenciais não apenas no cancioneiro nacional, mas na história do país. Hoje, o compositor completa 70 anos. A festa de aniversário será em Paris, onde ele finaliza seu próximo romance. 


De todas as suas músicas, eis a minha predileta:
O MEU AMOR! 



"O meu amor tem um jeito manso que é só seu
 E que me deixa louca quando me beija a boca 
A minha pele toda fica arrepiada 
E me beija com calma e fundo 
Até minh'alma se sentir beijada 

O meu amor tem um jeito manso que é só seu 
Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos 
Com tantos segredos lindos e indecentes 
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo
E me crava os dentes 
Eu sou sua menina, viu? 
E ele é o meu rapaz 
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz

O meu amor tem um jeito manso que é só seu 
Que me deixa maluca, quando me roça a nuca 
E quase me machuca com a barba mal feita 
E de pousar as coxas entre as minhas coxas 
Quando ele se deita 

O meu amor tem um jeito manso que é só seu 
De me fazer rodeios, de me beijar os seios 
Me beijar o ventre e me deixar em brasa 
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo 
Fosse a sua casa 
Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz 
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz." 


Sem esquecer que ontem 18/09, foi o 68º aniversário de outra grande estrela, Maria Bethânia! Abaixo, um grande encontro entre Chico e Bethânia no DVD Luz i Dia: 
"SEM FANTASIA".

"E agora que eu cheguei
Eu quero a recompensa
Eu quero a prenda imensa dos carinhos teus."

quarta-feira, 18 de junho de 2014

O dever do esclarecimento da verdade no processo de adoção



O instituto da adoção é muito recente no Brasil. Somente no início do século passado, a partir do Código Civil de 1917, a adoção de crianças e adolescentes foi regulamentada. Percebe-se que apesar dessa inicial regulamentação do Código Civil de 1917 os caminhos alternativos, muitas vezes ainda são trilhados por aqueles que querem ser pais adotivos. 

Com a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 1990, ampliou-se o leque de características que passa a ser aceito em relação aos candidatos à adoção, no que diz respeito ao estado civil e à idade. Assim, a adoção é possível de ser requisitada por qualquer pessoa maior de 21 anos de idade, independentemente de seu estado civil, desde que haja diferença de 16 anos entre adotante e adotado, não sendo permitida a adoção por familiares (avós e irmãos do adotando). O ECA estabelece, desta forma, diferentes possibilidades de adoção. 

O que muitos ainda não perceberam é que as alterações em sua totalidade não resolveu um mal sofrido pelas mesmas crianças e adolescentes que o Estado lhes destinou tal proteção. O constituinte nem sequer esboçou radicalizar o mal do mito na adoção, a chamada mentira pra contentar. O relato que li sobre a nutricionista Ester Gonçalves[1] (nome fictício), aguçou-me os sentimentos e pensamentos sobre a realidade do instituto de adoção vigente no Brasil. Percebem-se três realidades da adoção legal no Brasil quanto aos resultados psicológicos. A) a adoção encoberta; b) a adoção confessada e a c) mista. São três realidades distintas que são resultantes do processo de adoção e que podem desenvolver na vida da criança e do adolescente, desde consequências mais simples, que vão de contrariedades à infelicidades, até as mais profundas e desastrosas, que podem dar origem às variadas formas de pessoas em nossa sociedade. 

A adoção encoberta acontece quando o casal adotando, por determinadas razões, não relata a criança, desde pequena, que os mesmos não são seus pais biológicos. Já a adoção confessada ocorre ao contrário da primeira, quando o casal adotando resolve esclarecer ao adotado que os mesmos não são seus pais biológicos. Alguns além de os revelarem, às vezes, chegam até levar o adotado para visitar seus outros irmãos. Por fim a adoção mista ocorre quando o casal adotando confessa ao adotado que não são seus pais biológicos, mas que não sabem o paradeiro, não querem contato e evitam falar no assunto. Nesta há a confissão, mas falseada. 

A História de Ester Gonçalves nos mostra a realidade da adoção encoberta, pois mesmo que ela já soubesse que era adotada, mas ninguém seus pais nunca contaram a ela a história verdadeira. Nas visitas recebidas em casa, pessoas trocavam olhares entre si, e a mãe adotiva distribuía cotoveladas quando alguém, sem perceber, tocava no assunto proibido. Para evitar mais constrangimentos, Ester fingia não saber de nada. Aos quatro anos começou a descobris a verdade. O fio da meada aconteceu com chegada do irmão mais novo, também adotado. “Perguntei à mamãe porque a barriga dela não tinha crescido. Ela inventou uma história e disse que havia usado uma cinta durante a gravidez”. Era o começo de uma vida de mentiras. “Eu me sentia enganada o tempo todo”, afirma. 

Mesmo que no processo de adoção nos dias atuais, a criança e o adolescente já desfrutem do direito de conhecer sua origem biológica (a partir da Lei nº 12.010/2009 que inseriu o artigo 48 do Estatuto da Criança e do Adolescente), acredita-se que o problema não esteja resolvido. O Estatuto da Criança e do Adolescente no art. 48 institui “o direito ao adotado conhecer sua origem”, mas o que poderia resolver seria a obrigatoriedade do adotando revelar a história do processo de adoção ao adotado. 

Segundo profissionais que trabalham nesse âmbito descobrir tardiamente que é adotivo torna-se profundamente perigoso, pois “só descobre que foi adotado quem nunca ficou sabendo a verdade desde criança[2]”. Segundo juristas, assistentes sociais e psicólogos, a revelação tardia da adoção é um dos principais motivos que prejudica o sucesso da adoção no Brasil, levando muitas vezes o adotado à revolta contra os próprios adotando. 

O trauma constante destrói o senso da segurança pessoal e a confiança no relacionamento com outras pessoas adultas ou familiares, além de contribuir para a falta de conexões afetivas e das expectativas para o futuro. Ocorrem rupturas e interrupções na progressão das fases de crescimento e desenvolvimento, causando um profundo impacto nos mecanismos de adaptação e sobrevivência. Crianças e adolescentes que sofreram abusos ou abandono e ficaram traumatizadas podem reagir com condutas de defesa e se tornar mais agressivos, com problemas de comportamento, por dificuldades em controlar seus impulsos e emoções, o que leva a outras situações anti-sociais ou criminosas, abusos de drogas e auto-agressões com mutilações corporais. (EISENSTEIN, 2004, p.123) 

Silvana do Monte Morreira afirma[3] “Desde o momento em que a criança chega no lar, mesmo que não tenha idade para perceber tudo, ela tem de ter noção de que é uma criança escolhida pelos pais. Tem de saber que não veio da barriga da mãe. A base de um relacionamento é a confiança”, lembra. Eu mesmo tive a experiência de adotar o meu único filho e percebemos que desde pequeno o mesmo tinha entusiasmo em dizer a todos que “eu não sou da barriga, mas do coração”. Hoje com dezesseis anos, ainda tem a mesma alegria em contar a qualquer pessoa que é filho do coração[4]. 

Isso acontece, em boa parte, pelo fato de a Lei Nacional da Adoção, nº 12.010/2009, dar apenas ao adotado o direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 anos. O parágrafo único do mesmo artigo prossegue afirmando que o acesso ao processo de adoção poderá ser também deferido ao mesmo, a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica. 

Percebe-se temor por parte do próprio Estado, pois ao dizer que ao menor de dezoito anos é assegurada a orientação e assistência jurídica psicológica e ao adotado maior de dezoito anos, não lhe assegurou tal assistência, ou seja, o acesso à assistência estatal, resultante do mesmo processo de adoção. Assim é dizer que o acesso ao processo de adoção por menor de 18 anos é vexatório, pois ao conceder o direito ao maior de dezoito anos, a mesma assistência não foi concedida ao maior de 18 anos. Ao contrário, os problemas resultantes da adoção são de ordem psicológica atingindo tanto crianças, adolescente e adulto. 

Ester não chegou a esse ponto, mas só se casou mais tarde, aos 38 anos, e nunca quis ter filhos. “Quando tinha 20 e poucos anos, eu e meu irmão fomos à casa da mulher de um senador, que havia facilitado a transação. Ele nem abriu a porta. Pela janela do casarão, disse que nem que enfiassem uma faca no seu peito ela iria contar a verdade. Parecia uma cena de novela, que ficou gravada na minha memória”, revela[5]. 

O momento de contar a verdade tem se tornado cada vez menos traumático para a criança e também para os pais, dependendo de sua faixa etária. 

Todas essas transformações da infância e da adolescência podem ser influenciadas de maneira positiva para o completo alcance das potencialidades vitais, ou de maneira negativa, com distorções ocasionadas por situações de riscos e traumas, que podem interromper essa trajetória e repercutir para o resto de suas vidas[6].

Logo, se algum adotado quiser saber toda a verdade sobre seus pais biológicos, irrestrito aos detalhes do seu processo de adoção, o procurador do Juizado da Infância e da Juventude irá providenciar um meio pra você descobrir sua origem biológica. Isso poderá ser feito após você completar 18 anos ou até antes disso. Se for menor de idade, terá de obter a autorização do juiz, que vai designar um psicólogo e um advogado para acompanhar o caso. E se for criança, na qual não haverá essa habilidade de buscar seus direitos fundamentais? Nesse particular lembraram apenas dos maiores de dezoito anos e dos menores de dezoito anos, impossibilitando assim esse direito aos infantes. 

Mas o princípio do melhor interesse da criança e doa adolescente, estampado no art. 225, parágrafo 6º, garante que no vigente estado democrático de direito, objetive-se a busca ao melhor interesse do menor, estando claro que nesse sentido a lei deveria impor ao adotando o direito de esclarecer ao adotado, sob pena de revogação da perda do poder familiar a não obediência a lei. 

Ao invés disso, se o Estado alterasse a legislação e tornasse obrigatório a todos os adotando o dever de revelar aos adotados, certamente a adoção no Brasil poderia ganhar novos rumos e com certeza bem melhores. A verdade é que, justiça com mentira nunca será justiça. 

CONCLUSÃO 

O processo de adoção no Brasil já melhorou muito, desde 1917 com sua introdutória legalização pelo Código Civil e evoluiu com a promulgação da Constituição de 1988 e consequentemente do Estatuto da Criança e do Adolescente. No entanto, um entrave precisa ser retirado dos processos de adoção no Brasil que é a permissibilidade jurídica do mito nos processos de adoção. Essa permissibilidade acontece pela omissão de norma proibitiva de declaração falseada de paternidade.

Entende-se que essa declaração falsa de que os pais adotivos são pais biológicos ou até mesmo da omissão na declaração da verdade processual da adoção, fere o direito da busca pela verdade real, assim como, tolhe o direito a informação da origem genética biológica. 

Portanto, está em tempo oportuno de o Estado privar de vez que casais adotando use de declaração falsa àqueles que o Estado tendo o primado de sua dignidade, entregua à outros que desde o início em nome do amor passam a enganá-los dizendo serem seus pais biológicos, mesmo não sendo. 

BIBLIOGRAFIA 

 Eisenstein E, Lidchi V. Abusos e proteção de crianças e adolescentes. Rio de Janeiro: CEIIAS-ISPCAN. 2004. ECA, Estatuto da Criança e do Adolescente. Editora Ridel, 2013. São Paulo/SP ANGHER, Anne Joyce. Vade Mecum Acadêmido de Direito. Rideel, 2012.
http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2012/02/27/interna_gerais,280120/lei-que-deu-a-filho adotivo-direito-de-conhecer-origem-biologica-melhora-adaptacao. 
Shtml http://www.adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=143 [1]http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2012/02/27/interna_gerais,280120/lei-que-deuafilho adotivo-direito-de-conhecer-origem-biologica-melhora-adaptacao. Shtml [2]http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2012/02/27/interna_gerais,280120/lei-que-deuafilho adotivo-direito-de-conhecer-origem-biologica-melhora-adaptacao. Shtml [3]http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2012/02/27/interna_gerais,280120/lei-que-deuafilho adotivo-direito-de-conhecer-origem-biologica-melhora-adaptacao. Shtml [4] O autor é pai de um único filho JMCS, sendo que o mesmo sabe desde os primeiros anos que fpoi adotado e isso as vezes é motivo de alegria para o mesmo. [5]http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2012/02/27/interna_gerais,280120/lei-que-deuafilho adotivo-direito-de-conhecer-origem-biologica-melhora-adaptacao. Shtml [6]http://www.adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=143


Publicado por Dr. José Neves dos Santos
Fonte: Revista JusBrasil