terça-feira, 24 de dezembro de 2013
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
1096 Dias – EU
17 Esse número nunca significou tanto em minha vida...
Aprendi que o “Livre-arbítrio é
[...] a liberdade de fazer, ou não fazer, de seguir tal ou tal caminho, para o
seu adiantamento, o que é um dos atributos essenciais do Espírito”.
Obras
póstumas, cap. III, Criação, item 16
Na vida, tudo tem o seu tempo e sua razão de ser. Por vezes nos fazemos perguntas e não obtemos de imediato as respostas. Nem sempre o que queremos é o melhor para nós. Deus em sua infinita sabedoria nos mostra o caminho, nós humanos e imperfeitos demoramos na maioria das vezes a compreender isso, mas apesar da demora, o discernimento vem.
Olhamos para trás, por vezes, não tão atrás assim e enxergamos que o que passou e o que ainda passa nos serviu e serve de lição. O que foi justo e também o que foi injusto. E o grande diferencial de ambos, é que o segundo fortalece.
Nenhum sofrimento é eterno. Deus misericordioso e bom nos dá a cada dia a oportunidade de nos aperfeiçoar.
Apesar da pouca experiência de vida e da minha humilde opinião, acho que, nos “padrões da normalidade” ninguém é afeito ao sofrimento. Contudo, o que vejo repetidamente é que para alguns, decidir é bem mais difícil do que sofrer.
Sentimentos envolvem muitas pessoas, nem sempre o outro colabora, aliás, retifico, nesses casos o outro NUNCA colabora. Você até deseja se libertar, mas o outro não quer permitir. Bem, pena não é um dos melhores sentimentos!
Decisões precisam ser tomadas, por mais que causem dor, não matam. Pelo contrário, nos faz rememorar certos atos e nos fortalece, auxilia na busca incessante pela evolução.
Deixo bem claro que, desconsidero todo e qualquer tipo de pré-julgamento ou ameaças de “destruição” de quem não me conhece e muito menos de quem não conhece minhas batalhas diárias, atitudes assim são irrelevantes para mim.
Pois bem, sempre repito para mim mesma que “o que não soma, diminui”, se não é bom, não vale à pena refutar e muito menos desprender energia. “Não lavo minha alma com lama”. Quando repito a frase, observo bem a posição das letras nessas palavras, que por sinal são bem sugestivas...
Continuar na sofreguidão infelizmente é a escolha da maioria. Se “fazer” de vítima, pedir certos “auxílios” sejam eles os mais baixos possíveis e imagináveis para que com isso arrebate a piedade dos outros é muito indigno.Triste. Além de errado, é atestar a duplamente a sua incapacidade. Que até para desejar o mal, precisa de auxílio. Friso, apenas desejar!
Infelizmente, para alguns é bem mais fácil sustentar a “amarga ilusão” e “sobreviver de migalhas” do que enfrentar a própria realidade! Pessoas assim geralmente não são afeitas a verdade, deste modo, como poderiam enfrentar a realidade?! De fato, seria pedir demais...
Nesses casos, a superficialidade de sentimentos, covardia, "consideração", conveniência, frustração tornam-se “normais”, mas sofrer com o peso da própria mentira é um fato lamentável. Por mais que atos e sentimentos assim sejam comuns, JAMAIS vou me acostumar com isso!
NÃO quero para mim uma “vidinha mais ou menos”, ou Eu TENHO ou Eu OPTO NÃO TER!
Apesar de emocional, concordo que a razão deve estar em sintonia. É uma relação de corpo e mente, em equilíbrio sempre.
Difícil mesmo é levantar a cabeça e enfrentar a situação sozinha e com dignidade! Posso até sofrer, afinal não sou de ferro e muito menos mutante, mas sofro de cabeça erguida, seguindo as lições do meu amado pai. Esfinge.
Pois é, cada um com seu carma, sendo assim, está na mão de cada um permanecer com ele ou resolvê-lo.
Seguindo as sábias palavras de Chico, de fato compreendi que“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”.
Nosso Lar, André Luiz. 1944.
Despertei. Ainda viva, que maravilha!
Percebi quando comecei a retomar os meus pensamentos, a minha concentração e tive as minhas inspirações de volta. Isso é o máximo!
Estou hoje definitivamente tirando todas as amarras e todo o aprisionamento que existia na mente, que adoecia corpo e a alma.
Finalmente, transcendi as paredes invisíveis que me cercavam. Agora, a palavra de ordem é L I B E R D A D E !
Hoje me sinto fortalecida.
Parafraseando... ”Enquanto as cobras se rastejam, os pássaros voam alto”.
2014 COMEÇOU cheio de novidades!
Em mais uma madrugada de inspiração escrevi.
02:22 – Cybelle Gadelha.
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
Previsões de um cego
Romance
Aprisionado no que parece ser um hospital psiquiátrico, um homem descreve um livro - ou ao menos acredita nisso. O título é o Livro dos Esquecimentos.
Mas ele não sabe quem é. Não sabe o seu passado nem do seu futuro. Tudo o que sabe é que está perdendo a memória. É o que dizem, "o esquecimento é memorável" diz seu único amigo, o doente do quarto ao lado.
Memorável? Mas que importa? A memória não é um espaçamento imaginário do tempo? Um homem procura a si mesmo.
Um autor intenta "realizar o novo".E o resultado é a beleza. A beleza que segundo Dostoiévski, "vai salvar o mundo".
"Todo dia me desperto, mas permaneço longe da Terra. Eles devem ter aumentado a dose de veneno na veia [...]minhas velhas lembranças ressurgem quando tomo novas drogas. Será que eles aumentam a dose de veneno na veia? Lembro-me vagamente. Os esquecimentos me salvaram de mim mesmo. Quem se lembrará de mim, que perdi as lembranças?
Vivo para esquecer e não para lembrar. Eu poderia contar uma história de ficção, mas a realidade é tão absurda que tudo parece sair da minha imaginação. Antes era eu que me drogava, mas agora são eles que me drogam. Perdi a memória, mas ainda guardo lembranças.
Há tempos estou livre do meu passado. O esquecimento é fingimento do pensamento. Eles dizem que perder a memória é como estar enterrado vivo. Para mim, o esquecimento me devolveu a vontade de continuar a viver".
Pedro Maciel
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
Clarice Lispector
36 anos sem Clarice
* 10/12/1920 - Chechelnyk, Gubernia da Podólia, Ucrânia
+ 09/12/1977 - Rio de Janeiro, Brasil
+ 09/12/1977 - Rio de Janeiro, Brasil
"Não me lembro mais qual foi nosso começo.
Sei que não começamos pelo começo.
Já era amor antes de ser".
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
O adeus de Nelson Mandela
"Durante a minha vida me dediquei a esta luta dos povos africanos. Eu lutei contra a dominação branca e lutei contra a dominação negra. Tenho acalentado o ideal de uma sociedade democrática e livre em que todas as pessoas viverão juntas em harmonia e com oportunidades iguais. É um ideal que espero viver. Mas, meu senhor, se for preciso, é um ideal pelo qual estou preparado para morrer."
O ex presidente da África do Sul Nelson Mandela, conhecido mundialmente por sua luta contra o apartheid, faleceu nesta quinta feira (05.12.2013) em Johanesburgo aos 95 anos.
sábado, 23 de novembro de 2013
Turma da Mônica contra o câncer infantil
Se para um adulto já é difícil enfrentar o câncer, imagina para uma criança que não sabe direito o que está acontecendo? É uma fase muito dolorosa e difícil, pois o paciente tem que, muitas vezes, em razão do tratamento, se afastar do convívio familiar, escolar e social. A possibilidade eminente da morte além das alterações físicas em razão das sequelas do tratamento castiga o doente e todos que convivem ao seu lado.
O Dia Nacional de Combate ao Câncer infantil, em 23 de novembro, é uma data importante para as crianças portadoras da doença, assim como para seus familiares e principalmente para a AACC – Associação de Apoio à Criança com Câncer, que há 24 anos atua neste segmento.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), com base em referências dos registros de base populacional, são estimados mais de 9 mil novos casos de câncer infanto-juvenil por ano, no Brasil. O instituto ainda informa que o desenvolvimento do câncer na infância progrediu nas últimas décadas. Estima-se que cerca de 70% das crianças com alguma espécie de câncer podem ser curadas se a doença for diagnosticada rapidamente e tratada de forma correta, em centros especializados.
Segundo especialistas, além de tratamento adequado e especial, crianças com câncer necessitam receber atenção incondicional, pois a cura depende diretamente da recuperação biológica, bem-estar e qualidade de vida do paciente. Neste caso, a criança e sua família devem ter suporte psicossocial, para se relacionar bem com diferentes setores da sociedade. Neste contexto, a AACC se destaca como instituição que fornece assistência a atende pacientes e acompanhantes vindos de todas as partes do País e até do exterior em busca de tratamento em São Paulo.
Somente no primeiro semestre deste ano, a entidade realizou cerca de 300 atendimentos em sua sede, recebendo crianças e adolescentes com câncer, além de acompanhantes e visitantes dos pacientes. O número aponta um crescimento de aproximadamente 4% nos atendimentos em relação ao mesmo período de 2008. A instituição ainda prevê atender mais de 50 pessoas até dezembro de 2009, totalizando cerca de 400 atendimentos neste ano.
A AACC conta com uma equipe de 20 funcionários e 120 voluntários e registra, hoje, mais de mil doadores mensais, entre eles pessoas físicas e empresas. A instituição fornece assistência gratuita a crianças e adolescentes com câncer, com idade até 20 anos, além de tratamento adequado à doença e serviços como alojamento, alimentação, vestuário, transportes, medicação, próteses, suporte educacional, tratamento psico-pedagógico, social, existencial e lazer.
Frequentemente, a entidade realiza diversas atividades para arrecadar fundos e manter o bom funcionamento de sua sede. Neste ano, a associação já realizou alguns eventos, como o bazar beneficente no campus Memorial da Universidade Nove de Julho (UNINOVE); a tradicional Festa Junina, no Clube Pinheiros; o bazar beneficente no Hospital do Servidor Público Estadual; e o jantar beneficente no Bar Chopp do Miguel, em Moema.
Além disso, a associação apoiou o III Congresso Brasileiro de Neuro-Oncologia e a primeira edição da Meia Maratona das Pontes. A entidade também ministrou mais um curso de voluntariado e fechou novas parcerias.
A sede da AACC está localizada na Rua Borges Lagoa, 1603, em São Paulo. As portas da entidade sempre estão abertas para visitas e doações.
Serviço: www.aacc.org.br
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
À querida aniversariante:
Parabéns por teres alcançado,
Mais uma nova idade, Cybelle!
Agradeça por tua paz e saúde,
Lendo a Bíblia e por ela, zele!
Continues sendo quem tu és:
Um doce como mel de abelha;
Um ser com temor a Deus,
Uma alma da família Gadelha.
Filha com preceitos religiosos,
Um ente que lê Jesus bondoso;
Que adora seus pais amorosos
E é amada pela estirpe Veloso.
Que Deus cuide sempre de ti!
Lucinaldo Martins
Agradeço ao amigo e poeta, pela homenagem carinhosa.
terça-feira, 19 de novembro de 2013
Ressocialização: Semana Cultural Paulo Freire
Novos horizontes
ANDRÉ CARDOSO GOMES, interno do Presídio João Bosco Carneiro em Guarabira produziu cordel durante a Semana Cultural Paulo Freire
Realidade e desafios de uma vida, este é o título do cordel escrito pelo reeducando do Presídio Padrão João Bosco Carneiro, em Guarabira, André Cardoso Gomes, que é estudante do oitavo ano do Programa de Educação de Jovens e Adultos, que é ligado à coordenação da educação em prisões, da Secretaria Estadual de Educação (SEE).
O livro, que foi lançado durante a Semana Cultural Paulo Freire, foi produzido pela Secretaria de Administração penitenciária (Seap).
O livreto de cordel relata a história de vida do autor, que resgata lembranças da sua infância na casa dos avós, quando segundo ele, foi uma época feliz, quando o mesmo era bastante dedicado aos estudos e se destacava na sala de aula. Em outra parte, o autor relata a sua inserção ao mundo do crime, quando o seu pai foi assaltado e ele matou os dois assaltantes e pouco tempo depois foi parar na prisão.
O reeducando André Cardoso Gomes, que é autor do cordel, agradeceu a oportunidade de publicar a obra:
“Sou agradecido a todos que me deram inspiração e também contribuíram, dando a sua opinião para que eu pudesse expressar as minhas ideias”.
Sobre o autor – Natural de João Pessoa, André Cardoso Gomes tem desenvolvido a sua escrita na literatura de cordel. Por ocasião do Projeto Ano Cultural Paulo Freire, ele apresentou o cordel que a relata a sua experiência de vida e o seu conhecimento adquirido em sala de aula, no Presídio João Bosco carneiro, em Guarabira.
Fonte:WSCOM
domingo, 17 de novembro de 2013
...
" quando na realidade o amor é uma coisa tão simples... Veja-o como uma flor que nasce e morre em seguida porque tem que morrer. Nada de querer guardar a flor dentro de um livro, não existe nada mais triste no mundo do que fingir que há vida onde a vida acabou."
_____________________________
Lygia Fagundes Telles
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
Você não entende nada
"Você tem que saber que eu quero correr mundo
Correr perigo
Eu quero é ir-me embora
Eu quero dar o fora
E quero que você venha comigo
Todo dia"
Todo dia"
Cateano Veloso
domingo, 10 de novembro de 2013
Transtorno de Personalidade HISTRIÔNICA: CID 10 - F60.4
"O Transtorno de personalidade histriônica (TPH - CID 10 F 60.4) é definido pela Associação Americana de Psiquiatria como um transtorno de personalidade caracterizado por um padrão de emocionalidade excessiva e necessidade de chamar atenção para si mesmo, incluindo a procura de aprovação e comportamento inapropriadamente sedutor, normalmente a partir do início da idade adulta. Tais indivíduos são vívidos, dramáticos, animados, flertadores e alternam seus estados entre entusiásticos e pessimistas.
Podem ser também inapropriadamente provocativos sexualmente, expressarem emoções de uma forma impressionável e facilmente influenciados por outros. Entre as principais características relacionadas estão egocentrismo, desorganização egóica, auto-indulgência, anseio contínuo por admiração, e comportamento persistente e manipulativo para suprir suas próprias necessidades.
- CARACTERÍSTICAS
Pessoas com este transtorno em geral são capazes de conviverem normalmente e às vezes alcançarem sucesso profissional e baixo índice de sucesso social. Indivíduos com transtorno de personalidade histriônica geralmente possuem bons dotes sociais, mas tendem a usá-los para manipular os outros para tornaram-se o centro das atenções. Mais além, acabam por afetar os relacionamentos sociais, profissionais ou românticos da pessoa, assim como sua habilidade em lidar com perdas ou fracassos.
Esses indivíduos começam bem relacionamentos, porém, tendem a hesitar quando profundidade e durabilidade são necessários, alternando entre extremos de idealização e desvalorização.
São pessoas caracterizadas pela infidelidade contumaz e inconsequente em relações amorosas.
Com o fim de relações românticas podem buscar tratamento para depressão, embora isto não seja de forma alguma uma característica exclusiva a este transtorno. Inicialmente o TPH pode ser confundido com a mitomania.
Frequentemente não conseguem visualizar sua própria situação pessoal de forma realista [...]têm problemas em lidar com a frustração.
- SINTOMAS:
1.Comportamento exibicionista;
2.Busca constante por apoio ou aprovação;
3.Sensibilidade excessiva frente a críticas ou desaprovações;
4.Orgulho da própria personalidade, relutância em mudar e qualquer tentativa de mudança é vista como ameaça;
5.Aparência ou comportamento inapropriadamente sedutor ;
6.Sintomas somatoformes, e utilização destes sintomas como meio de chamar atenção;
7.Necessidade de ser o centro das atenções;
8.Baixa tolerância à frustração ou à demora por gratificação;
9.Angústia provocada pela alternância de crença nas próprias mentiras insustentáveis (mitomania);
10.Tendência em acreditar que relacionamentos são mais íntimos do que na realidade o são;
[...]
É exigido pelo DSM IV-TR que o diagnóstico de quaisquer transtornos de personalidade específicos também satisfaça uma relação de critérios de transtornos de personalidade em geral.
CID-10
A CID-10 da Organização Mundial da Saúde lista o transtorno de personalidade histriônica sob o código F60.4, sendo caracterizado por pelo menos três dos seguintes:
1.Dramatização, teatralidade, e expressão exagerada de emoções;
2.Busca contínua por excitação e atividades onde o paciente é o centro das atenções;
3.Sedução inapropriada em aparência ou comportamento;
4.Busca de parceiros simultâneos;
5.Desprezo por diagnósticos, críticas e sugestões que não coincidam com seu comportamento;
6.Preocupação excessiva com aparência física, vestimenta e acesssórios.
7.Em casos extremos, pode insinuar-se para depois ser receptiva ao assédio do sexo oposto, mesmo que de pessoas com pouca ou nenhuma intimidade;
8.Inconformismo com o fim de relacionamentos, seguido de TOC -Transtorno Obsessivo Compulsivo com prevalência à obsessão pelo Déjà-vu na busca de reeditar relacionamentos que já não existem mais".
_________________
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (4ª edição, DSM IV-TR)
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Cecilia Meireles
Cecilia Meireles
"... Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."
Dia 7 de novembro de 1901, nasce na Rua da Colina, Tijuca, Rio de Janeiro. Signo: Escorpião. Signo de Água, regido por Marte e Plutão. Marte impulsiona a luta, as ações e realizações; Plutão traz perdas, transformações profundas e capacidade de se reerguer frente às intempéries.
Fica órfã muito cedo. Não chega a conhecer o pai - Carlos Alberto de Carvalho Meireles - falecido aos 26 anos, três meses antes de ela nascer. Não conheceu os irmãozinhos, Vítor, Carlos e Carmem:
"- Todos morreram antes do meu nascimento. E minha mãe (Matilde Benevides Meireles) se foi quando eu tinha apenas três anos. Fui criada por minha avó materna, Jacinta Garcia Benevides, nascida nos Açores, Ilha de São Miguel".
Essas e outras perdas ocorridas na familia dão à pequena Cecília intimidade com a morte e a certeza de que nada é para sempre. Atributos para sua reserva lírica:
"- Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: Silêncio e Solidão. Preciso deles para escrever."
Jovem,
elegante e muito bonita, causa frisson quando entra na
Livraria São José, no Centro do Rio, à procura de algum livro. Na roda de
escritores que frequentam a tradicional casa de livros, olhos
compridos seguem-na. Perguntam entre si o que faz a linda mulher com um livro
tão pesado - o Corão.
Entre
1919 e 1920 Cecília conhece na redação da Revista da Semana um
jovem artista plástico português – Fernando Correia Dias – capista
de primeira, ceramista, ilustrador e artista gráfico, reconhecido em Portugal e
já amigo de personalidades literárias e artísticas no Brasil, como Álvaro
Moreyra, Olegário Mariano, Menoti Del Picchia e Guilherme de Almeida.
Uma
poeta, jovem e bela; um artista culto, viajado e sedutor. Bons personagens para
uma história de amor.
Casam-se
em 24 de outubro de 1922. Ela, com 20 anos, ele com 29. De novo a presença lusa
na vida de Cecília. Ele faz belas ilustrações para os livros dela. Ela o
presenteia com três filhas: Maria Elvira, Maria Matilde e Maria Fernanda (esta
virá a ser uma famosa atriz do teatro brasileiro).
Em casa
Cecília é uma mãe como as outras. Ralha, disciplina, e faz bolo coberto com
calda de laranja. À noite, depois do jantar, reunidas na sala de visitas, lê
histórias para as meninas (ah, ainda não havia a televisão nas nossas vidas!),
pega do violão e dedilha cantigas, canta algumas, ou descreve os detalhes deste
ou daquele objeto que ornamenta a casa.
Em 1934 a
mulher brasileira conquista o direito ao voto. Cecília não se
encontra entre aquelas que lutaram nas praças públicas por esse
direito. Por quê? Porque é outro o seu campo de ação social. Ela está nos
jornais e nas escolas. Nesse mesmo ano é chamada para dirigir o Centro
Infantil, a ser instalado no Pavilhão Mourisco, em Botafogo. Vê no convite a
possibilidade de pôr em prática as ideias sobre o novo modelo de
educação que tanto tem defendido na imprensa. Constrói aí a primeira
Biblioteca Infantil da cidade do Rio de Janeiro. Correia Dias transforma o
porão numa cidade encantada. Ali as crianças podem afinal exercer livremente a
sua imaginação em atividades criativas várias: pintura, leitura, música,
desenho.
O sonho,
porém, como todo sonho, não dura muito. Intrigas políticas levam ao fechamento
da biblioteca. Violenta devassa, promovida pela Polícia Política do governo de
Getúlio Vargas, destrói inclusive cerâmicas de inspiração marajoara criadas por
Correia Dias. A explicação para tal vandalismo: livros, considerados
perigosos à educação infantil, entre eles, (pasmem!) As aventuras de
Tom Sawyer, de Mark Twain.
Uma
ironia, um contrassenso, acontecer isso logo com ela. Apesar de progressista,
sempre fora cética demais para aderir a qualquer partido político e bastante
espiritualista para deixar-se seduzir pelo marxismo. Coisas da ditadura.
Em 12 de Janeiro de 1935 está de novo em casa. Reencontra o país vivendo um clima de medo, de ameaças e perseguições. O Governo Vargas torna-se uma ditadura cruel. Retoma as atividades no Pavilhão Mourisco. Assume a cadeira de Literatura Luso-Brasileira na Faculdade de Filosofia e Letras da recém fundada Universidade do Distrito Federal.
Nos anos seguintes, viúva, sem nenhum parente, com três filhas para educar, as dificuldade econômicas exigem-lhe intenso trabalho. Dá aulas de Técnica e Critica Literária, Literatura Comparada e de Literatura Oriental na Universidade. Trabalha ainda no Departamento de Imprensa e Propaganda onde dirige a revista Travel in Brazil.
Inicio de 1939. Abre-se novo ciclo de realizações. Reorganização da vida afetiva e familiar. Conhece o médico Heitor Grilo. Casam-se em 1939.
Consagração na vida pública: Viagem é publicado em Lisboa. A poeta segue sua trajetória.
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
EIRA, BEIRA E TRIBEIRA.
FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
“Desrespeitando
os fracos, enganando os incautos, ofendendo a vida, explorando os outros,
discriminando o índio, o negro, a mulher, não estarei ajudando meus filhos a
ser sérios, justos e amorosos da vida e dos outros.” Paulo Freire
Por
incrível que pareça a discriminação em sentido amplo sempre esteve presente
onde quer que exista pessoa na face da terra, de modo que o termo “eira” vem do
latim: “area” que significa área, pedaço de terra, que os dicionaristas
enfatizam como sendo um espaço geralmente plano com um chão duro, de dimensões
variáveis, bem parecidos com o que chamamos de secador de açúcar bruto, por
exemplo, área obrigatória e presente em todos os engenhos de moagem de cana de
açúcar, cujo local também era usado para expor ao sol os cereais para depois
serem batidos e peneirados, depois de colhidos com vista a separá-los da palha
e de outros tipos de detritos dos grãos de cereais bons dos estragados, podres,
etc. de modo que a origem da “eira” está ligada originariamente ao surgimento
da agricultura na face da terra e o regular cultivo da terra com grãos de
cereais, levando-se em consideração as mais variadas técnicas, ferramentais e
instalações específicas¹ . O que chamamos de “eira nem beira” surgiu ante de
1500 em Portugal e significa o que chamamos de terreiro. No Brasil o termo
“eira nem beira” é registrado pela primeira vez no livro “O guia dos curiosos:
língua portuguesa”, de autoria de Marcelo Duarte, que menciona que as eiras e
ou marquises cumpriam uma função social, tendo em vista que ali poderiam ser
realizadas festas, bailes, missas, eventos públicos em geral. Então o ermo
“eira” tem dois significados, o que vale dizer que pode ser o primeiro dos três
arcabouços do telhado das casas e igrejas de pessoas ricas, bem como o local do
tipo: secador de cereais, etc, e ou terreiro de chão batido que cerca as casas
e ou engenhos.
É
importante registrar a visão de mundo da Igreja no Brasil nos anos que se sucederam
ao chamado "descobrimento e/ou achamento do Brasil", por Pedro
Álvares Cabral em 22 de abril de 1500, pois, a descriminação étnica e racial
dentro da Igreja era um verdadeiro absurdo, fedia, porém não incomodava nem o
baixo e muito menos o alto clero. Tanto é assim que somente as pessoas ricas
(senhores de engenhos e seus agregados por linhagem de família) que moravam em
casas que tinham "eira, beira e tribeira", tinham acesso ao direito
de ver com “os próprios olhos o rosto”, a imagem de Nosso Senhor Jesus Cristo
em seus templos. Assim sendo, por exemplo, o Jesus Cristo Crucificado (imagem),
da Igreja do Mosteiro de São Bento, localizada em Olinda, Estado de Pernambuco,
cuja construção primitiva data de 1599, foi colocado no andar superior (coro)
daquela casa de oração (que foi destruída em 1632 com o incêndio provocado pela
invasão holandesa, posteriormente reconstruída, voltou a funcionar em 1656
(ressalvando-se de que a atual Igreja de São Bento teve sua construção iniciada
em 1660 e sua conclusão em 1761, ex-vi inscrição constante no óculo histórico
da mesma) até os dias atuais e que é declarada como patrimônio histórico
mundial pela UNESCO, juntamente com outros prédios da cidade de
Olinda/Pernambuco). É importante mencionar ainda de que na parte térrea da
referida Igreja/Mosteiro ficavam os pobres (se não fossem escravos) para
participar apenas da missa, enquanto os negros, enquanto escravos só tinham a
permissão para acompanhar e ou assistir do lado de fora da dita Igreja as
ladainhas dos padres.
Enfatizamos
de que fazer uma distinção em termos sociológicos, significa fazer uma
discriminação social, racial, política, religiosa, sexual e até mesmo por
idade, profissão, familiar, etc, o em si falando é um grande perigo para a
sociedade tal entendimento, pois, podem provocar e ou mesmo levar a exclusão
social de graves consequências para toda a comunidade em termos locais,
nacionais e internacionais. E isso ainda encontra-se vivo na mentalidade de
religiosidades do tipo homens e mulheres bombas, que fazem tudo em nome de seus
“deuses”, sacrificam a própria vida, não importa aqui se tem “eira, beira e ou
tribeira”, tamanho é a cegueira da discriminação praticada em pleno século XXI,
era da cibernética que propicia as redes sociais para facilitar a vida das
pessoas, porém também escraviza e criminaliza quem não pensar como esta gente
pensa, se é que podemos chamar de gente quem assim pensa, age e faz a desgraça
dos outros em todas as partes do mundo invocando um “deus do terror” e da
destruição de quem não pensa, age e faz como eles. E isso, significa
discriminação, escravidão e nega a Deus, o vivo e dono de tudo que somos, temos
e seremos, nesta e na outra vida. É tem gente matando em nome de Alá, Jeová,
Deus, Jesus, etc., todos estão errados, pois, quando falta o amor no coração do
homem, aí falta a religião, sua religiosidade e portanto, jamais poderemos
encontrar o que chamamos de Deus nestes tipos de religiosidades e seus adeptos.
A
discriminação religiosa, política e social no Brasil Colonial estava presente
em todos os lugares, por exemplo, na igreja, nas casas urbanas e rurais, pois,
“[...] os ricos construíam suas casas com três acabamentos no telhado. De baixo
para cima, as partes eram chamadas de eira, beira e tribeira. As casas dos
pobres eram feitas apenas com tribeira. Assim, quando um filho (a) de rico
queria se casar com um pobre, os pais não se conformavam: “Ora, pois! Mas a
casa dele (a) não tem eira, nem beira!²”, igual comportamento em termos
estruturais e formais, se repetia na arquitetura dos templos religiosos, aqui
mesmo em nossa cidade de Santa Rita e em Cruz do Espirito Santo, vamos
encontrar-se capelas e mais capelas construídas na Várzea do Paraíba, como por
exemplo, a Capela de Nossa Senhora do Desterro (1869), cujo telhado tem “eira,
beira e tribeira” ou seja, tem o telhado ou cobertura (tribeira) e abaixo dele
tem a “beira” e a “eira”, o que vale dizer que o fundador Carlos Gomes de
Mello, da referida capela não era uma pessoa “sem eira e sem beira”, assim a
cultura popular discrimina as pessoas desde os tempos primitivos de nossa
brasilidade e cuja herança cultural foi transplantada de Portugal (Europa)
desde os tempos das grandes conquistas, descobertas e achamentos das terras do
chamado “Novo Mundo”. Por analogia aos períodos de nossa historiografia desde
os tempos da Colônia, do Império e a República Brasileira, podemos assim
compreender que as “[...] pessoas sem bens, sem posses. Eira é um terreno de
terra batida ou cimento onde grãos ficam ao ar livre para secar. Beira é a beirada
da eira. Quando uma eira não tem beira, o vento leva os grãos e o proprietário
fica sem nada. Na região nordeste este ditado tem o mesmo significado mas outra
explicação. Dizem que antigamente as casas das pessoas ricas tinham um telhado
triplo: a eira, a beira e a tribeira como era chamada a parte mais alta do
telhado. As pessoas mais pobres não tinham condições de fazer este telhado,
então construíam somente a tribeira ficando assim "sem eira nem
beira³". É uma realidade cultural sempre presente em qualquer continente
habitado por humanos.
De
modo que Fernanda de Castro tem razão plena ao escrever sua poesia publicada in
“Asa do Espaço”, em 1955, por analogia aplicável a expressão “sem eira e sem
beira”, isto é como se a mesma estivesse se referindo aos detalhes constantes
nas fachadas das casas, igrejas, etc próximo ao telhado das casas dos ricos,
enquanto que as casas dos pobres não tinham tais detalhes, o que vale dizer que
cada um desses termos tinha e ainda tem seu significado de possuir e ou não
possuir dinheiro, cultura, posição social, etc., ao expressar-se: “[...] Deixem
a casa velha! Que os pedreiros não lhe tirem as rugas nem as gelhas. Que não
limpem de urtigas os canteiros, que lhe deixem ficar as velhas telhas. Deixem a
casa velha! Que a não sujem com óleos e com tintas os pintores. Que lhe deixem
as nódoas de ferrugem, os velhos musgos, as cansadas flores. Que não fiquem
debaixo do cimento mais de cem anos de alegria e dor. Não lhe pintem a chuva, o
sol, o vento, que a cor do tempo é assim: vaga e incolor. Que tudo fique assim,
parado e absorto, no tempo sem limites, sempre igual. Ah, não, por Deus! Como
se faz a um morto, não a sepultem sob terra e cal! Não fechem as janelas mal
fechadas, ouçam da brisa o tímido lamento, deixem que a vida e a morte, de mãos
dadas, vão com seu passo refletido e lento. Não endireitem as paredes tortas
nem desatem, da aranha, os finos laços. Abram ao vento as desmanchadas portas,
ouçam do tempo os invisíveis passos. Deixem que durma, quieta, ao sol do Outono,
velada pela flor, o vento, a asa. Será talvez o derradeiro sono… Que importa?
Morra em paz a velha casa”.
A
Teologia da libertação e o entendimento dos padres da Igreja a partir do século
XIX aos nossos dias de que “a terra é um dos bens de Deus e sua propriedade é
de ninguém”, ainda não existia. Salvo melhor juízo a cultura de que pode mais
quem tem mais se encontra enraizada e presente em todas as classes sociais,
etnias, culturas, regimes políticos e religiosidades do mundo, e aqui no nosso
período colonial nacional não foi diferente no espaço religioso que
representava naqueles tempos a ligação entre Deus e os homens.
......................
¹ Dicionário Enciclopédico Koogan Larousse Selecções, Porto, 3ª edição Julho de
1980.
²http://scienceblogs.com.br/xisxis/2009/10/qual_a_origem_da_expressao_sem/
³ http://www.soportugues.com.br/secoes/proverbios/index.php
REFERÊNCIAS:
ALEX.
Controvérsia:<http://www2.uol.com.br/JC/_2000/2210/ale2210.htm>.
Recife, Jornal do Commercio On Line, 22 de outubro de 2000. Página visitada em:
05/08/2013. MARTINS, Eduardo. Onde estão a eira e a beira? In.: Revista
História Viva. São Paulo: Editora Duetto, 2004. ERBETTA, Gabriela (ed.). Guia
Brasil 2011. São Paulo: Abril, 2010. 528 p. ISBN 978-85-3641007-4
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
Liberdade
A quem poderá tornar livre?
Quem você odeia?"
Jamais tenha medo de tornar alguém ao seu lado livre.
À liberdade faz parte da natureza humana.
Prender as pessoas ao nosso lado, é irmos contra essa natureza.
Forçar suas presenças nas nossas vidas é agirmos contra essa real natureza humana. Mais dias ou menos dias elas naturalmente voarão.
Nunca tenha medo dessa liberdade.
Achando que por dar essa liberdade, alguém poderá para bem longe voar...
Se alguém voar e não voltar mais para o seu lado...É por que ela nunca lhe pertenceu.
E isso será sempre muito bom!
Por menos que goste ou que possa entender e aceitar.
Pode ser até que demore à compreender isso...
Mas chegará um dia da sua vida que terá apenas um certeza nessa vida:
Não somos donos de ninguém...
A não ser das nossas próprias vontades e escolhas.
As outras pessoas sempre terão uma liberdade maior que a nossa, em sempre escolherem o que desejam da vida.
Inclusive se vão querer ou não ficar ao nosso lado.
Elas tem que ter essa liberdade sempre.
Tentar prender alguém é matar o amor na sua essência.
O amor sem liberdade é uma prisão!
Estará condenado à morte!
O amor só flui na liberdade...
Por Raquel Free
sábado, 19 de outubro de 2013
Vinícius de Moraes
O compositor está sendo homenageado em todo o Brasil pelo seu Centenário.
O poeta e músico Vinícius de Moraes completaria 100
anos de nascimento se estivesse vivo.
Em 19 de outubro de 1913, o Brasil ganhava aquele
que seria um dos nomes mais importantes da música e da poesia no país. Há
exatos cem anos, nascia no Rio de Janeiro Vinícius de Moraes, o Poetinha.
Vinícius é considerado um dos maiores músicos do
Brasil - principalmente na conhecida Bossa Nova - e tem em seu currículo
trabalhos como poeta, jornalista, diplomata, compositor.
Parceiro de nomes como Tom Jobim, Toquinho, João
Gilberto e Chico Buarque e autor de obras como Garota de Ipanema, A
Arca de Noé e Tarde em Itapoã, o legado deixado pelo poeta é até
hoje, uma das referências do Brasil para o mundo.
Ele também escreveu a peça Orfeu da Conceição
e adaptou sua obra para o cinema, com direção do cineasta e escritor francês
Marcel Camus, que filmou a obra no Rio de Janeiro. O longa ganhou a Palma
de Ouro, no Festival de Cannes, e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, em 1959.
Foi, ainda, diplomata e aposentou-se
compulsoriamente pelo governo militar. Casou-se nove vezes e era considerado
uma figura apaixonante.
O poeta morreu em julho de 1980 aos 66 anos, como
"o poeta mais amado do Brasil".
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