Já são dez anos de comemorações campinenses ao aniversário do Rei do Baião. Na última segunda-feira (13), a Universidade Estadual da Paraíba ajudou a organizar a festa de 98 anos de nascimento de Luiz Gonzaga, evento realizado em Campina Grande pelo Museu Fonográfico que leva o nome do artista e por músicos da cidade. Na ocasião, houve missa campal, lançamento de livros e apresentações musicais.
Outra atração do aniversário foi o lançamento do livro “Homenagens Especiais ao “Eterno Rei do Baião””, do escritor José Marcelo Leal Barbosa e o relançamento da edição “Luiz Gonzaga – Suas canções e seguidores” – esgotada da última vez que saiu do prelo. José Leal é um cearense de Fortaleza que passava suas férias de infância no sítio do avô, no interior do Ceará. Ele contou que suas memórias incluíam as mesmas do que depois ele viria a descobrir nas canções de Luiz Gonzaga: o vôo da asa branca, a liberdade, os passeios, as brincadeiras no Sertão. O autor conheceu o Rei do Baião aos 10 anos de idade, escutando seu forró “sentado num tamborete, escutando a canção ‘Ela era miudinha/Botei seu nome tamborete de forró’...”, contou José Marcelo.
Marcelo também externava na festa sua afeição ao filho de Januário vestindo a indumentária que virou marca registrada do artista. “Como dizia o próprio, ‘metade de mim é pernambucana, metade é cearense’ e eu estou contribuindo com a minha metade”, afirmou o escritor.
Outro admirador declarado de Luiz Gonzaga presente à oportunidade era Fernando Nunes da Silva, agricultor residente em Queimadas (PB), que há anos frequenta outras celebrações alusivas ao Rei do Baião, mas era sua primeira vez visitando o Museu Fonográfico e o evento. Fernando conheceu Luiz Gonzaga quando tinha onze anos e já leu dois livros sobre o artista. “Adoro as suas canções. Isso é cultura, é a minha vida”, revelou.
A Universidade Estadual já apoia o evento há três anos. O pró-reitor de Planejamento da UEPB, professor Rangel Junior, um dos organizadores e entusiastas da iniciativa disse: “Este foi o ano que vi mais gente presente. Esta é uma festa realizada com paixão. José Nobre promove, a UEPB entra com a infraestrutura e a divulgação. Os artistas são convidados, tocam gratuitamente e a entrada para o público é livre. Tudo é feito por amor”, revelou o docente.
As apresentações musicais começaram com Jorge Ribbas, músico e professor universitário de violão. A festa seguiu com o forró pé-de-serra de Cicinho do Acordeon e vários outros artistas locais, desejosos de homenagear o Rei do Baião.
Mais sobre o Museu Fonográfico Luiz Gonzaga
O Museu Fonográfico Luiz Gonzaga foi criado em 1992 pelo professor e pesquisador José Nobre de Medeiros, que organiza a festa de aniversário do Reio do Baião em Campina Grande há uma década, sendo que aos 11 anos conheceu o cantor, no Rio Grande do Norte. "Creio que as as histórias mais bonitas da humanidade começam geralmente por amor. E aqui não poderia ser diferente. Luiz Gonzaga foi um homem que amou muito o Nordeste e a música de qualidade. Nós, como nordestinos, devemos respeitar o trabalho dele, procurar preservar de alguma maneira e mostrar este material para as novas gerações, que poderão
ter acesso a sua produção e parâmetros de boas músicas”, comentou José Nobre.Depois da morte do artista, o colecionador começou a garimpar e se empenhar na aquisição de material relacionado a sua vida e obra em todo o Brasil, constituindo em Campina Grande um grande acervo advindo dos hábitos e da imensa criatividade de Luiz Gonzaga.
Fonte: www.uepb.edu.br
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