Com base em orientação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Poder
Judiciário do Paraná realizou, de 11 a 15 de abril, Mutirão Carcerário
das Medidas de Segurança, com a análise da situação de 412 pacientes
judiciários – portadores de transtornos mentais – internados no Complexo
Médico-Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba/PR. O
trabalho resultou na desinternação de 141 deles, que foram avaliados
como aptos ao convívio familiar e passarão a receber atendimento
ambulatorial. Dos que foram liberados, 39 não contam com o apoio da
família e tiveram de ser encaminhados ao Instituto Renascer, um abrigo
da Secretaria de Saúde do Paraná, localizado no município de Santa
Terezinha do Itaipu, a 600 quilômetros de Curitiba.
O mutirão foi coordenado pelo Grupo de Monitoramento e Fiscalização
do Sistema Carcerário (GMF) do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná
(TJPR), com o apoio do Ministério Público e das secretarias estaduais de
Saúde e Justiça. O juiz Eduardo Lino Bueno Fagundes Júnior, coordenador
do GMF, informou que as 141 vagas abertas no Complexo Médico-Penal de
Pinhais serão ocupadas por pacientes que realmente necessitam de
internação, em função dos delitos que cometeram e da periculosidade que
representam para a sociedade. O magistrado informou também que, ao
contrário do que ocorre em algumas unidades da Federação, o mutirão não
encontrou pacientes judiciários entre presos comuns, seja em delegacias
de polícia ou presídios.
O mutirão no Paraná teve como base a Resolução CNJ n. 96, de 27 de
outubro de 2009. A norma prevê, entre outras providências, a criação,
nos tribunais de Justiça, de grupos de Monitoramento e Fiscalização do
Sistema Carcerário. As atribuições dessas unidades incluem o
acompanhamento e a proposição de soluções de deficiências identificadas
nos Mutirões Carcerários, realizados em estabelecimentos penais,
delegacias de polícia e em hospitais de custódia. No CNJ, o cumprimento
da resolução é acompanhado pelo Departamento de Monitoramento e
Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Medidas
Socioeducativas (DMF).
Jorge Vasconcellos
Agência CNJ de Notícias
Agência CNJ de Notícias
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